UMA VIDA DE MIL ANOS*

UMA VIDA DE MIL ANOS
Por Paulo Rebelo

Eu já vivi centenas de anos
Através das vidas alheias.
Singrei todos os mares.
Estive algures e alhures,
Por isso sei tanto.
Falo-te não com Soberba,
Mas com infinita humildade
E grandeza da alma,
Portanto não são bravatas.

Meus olhos maravilharam-se
Até chorar de alegria,
Lagrimar de tristeza,
Tive sorte,
Pois vi muita beleza,
Mas, também,
Testemunhei muita miséria
E morte
Para um só homem
Suportar em sua magra
Existência.

Daí advém
De vidas de outros
Minha experiência.

Não era o meu corpo
Nem minha alma própria
Que as sofria,
Que tiveram mil amores,
Sofreram milhares de dores,
Mas eu te asseguro,
Eu as sentia,
Intensamente,
Ah! Como eu as vivia!
Você que piedosamente me escuta,

Acredite:
EU ESTAVA LÁ!

Paulo Rebelo, o médico poeta.

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