TU SENTES?

 

Tu sentes?
Texto de Paulo Rebelo

 

(Numa manhã ensolarada, diante do mar, o poeta e sua musa abraçados. Num estado onírico, ao longe, ele imagina três belos deuses; o mar, o vento e o sol maravilhados pela beleza dela e nessa atmosfera, ele sussurra em seus ouvidos)

 

Amor meu,

Tu sentes o que sinto?
As ondas do mar azul como um deus te observa com encanto, provocando em mim ciúmes e orgulho incontidos?

Juras que não percebes o vento de proa desalinhando teus longos cabelos negros? E que os matinais raios de sol maliciosamente beijam a tua pele, fingindo não te dourar ao te acariciar, levando-me aos limites de ciúmes de ti?

Sim, creio que percebes. Tu és bela; não há como evitar tal paixão, pois o teu belo sorriso monalístico te trai pelo prazer que, no momento, infinitamente, sentes pela atração que despertas nos deuses da natureza.

Assim, somos todos teus agora…
(eu, a natureza aos teus pés e o poema que ora te escrevo)

Paulo Rebelo

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