TEIA DE ARANHA
TEIA DE ARANHA
(Quando o nada é tudo)
Poema de Paulo Rebelo
O nada pode ser tudo
Para mim
Se o nada é tão somente
Tudo o que me resta,
Ainda que me prenda
Como o fio da teia de aranha
A esse mundo
Na magra esperança
De que o enorme vazio
Dentro de mim
Venha um dia a ser preenchido
Por algo que, verdadeiramente,
Não sei o que é
Apenas que me ajude
A encontrar a saída;
O sentido à minha solitária
Existência
Paulo Rebelo, o médico poeta
*Inspirado na introspecção depressiva de Clarice Lispector