RIQUEZA NA POBREZA*

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AGRADECIMENTO
Agradeço à AGAZETA pela publicação dominical de meus textos.

A estranha frase em epígrafe, título do texto, foi dita por um homem simples, que se sentiu ofendido. Nada tem a ver com aporofobia ou xenofobia; seus três empregados, igualmente simples, mas rudes e gozadores, se queixaram do gosto da água mineral, que lhes havia sido dada por ele num garrafão. O fato é que o grupo, recém chegado à capital, era do interior das ilhas do Pará, onde durante a vida inteira bebia água “in natura”, direto do rio, igarapés e poços amazônicos e se fervida ou “coada”, guardada em potes tem gosto metálico, salobra ou “velha”. Nunca haviam bebido uma simples água mineral, cuja oferta para aqueles homens era sinal de zelo e respeito, algo que deu a entender que pouco haviam tido na vida.

Paulo Rebelo.

P.S. A causa da perpetuação da pobreza do nordestino comum, largado à própria sorte, é multifatorial, mas sem dúvida, o fator preponderante é perpetrado pelas históricas elites políticas locais, que o escravizam. O nordestino resiste pela obra de DEUS, que alivia sua dor dando-lhe sabedoria popular e criatividade para artes plásticas, literatura, música e culinária, que enriquecem o Brasil e nos enchem com o sentimento de brasilidade.

Uma riqueza extraída a partir da pobreza.

Paulo Rebelo, médico.

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