POR QUÊ? (EU SEI)
.
Ah!
Por que
Te esqueço
Cotidianamente
Se és tu
quem me resgatas perenemente?
Eu não sei!
Por que esqueço que quando estou no avesso
És tu quem frequentemente me aprumas direito?
Por que não vejo
Que teus erros na verdade
São os meus?
… Quando me perdoas,
Quando de mim
Te aborreces
E te enojas!
Que sentimento é esse
De crer
Que és minha posse
Se te deixo abandonada no canto
À própria sorte?!
Por que perdi a paciência de outrora
Quando choras?
Por que me sinto
Tão seguro a ponto
De te desvalorizar
À cada segundo
Como se fosse a vida toda?
Que raios de amor estranho é esse
Se ontem não te beijei,
Se na noite passada na cama
Não te acariciei?
Onde deixei o teu corpo sem o laço
De meu abraço?
Onde deixei o teu cheiro que me inebria?
Por que não vejo mais teu sorriso
Ou o teu canto que me contagia?
Que intimidade é essa que intimida?
Por que não te escuto,
Não te aqueço?
Que estranhamento!
Perdão,
Não te mereço!
Eu não sei.
Só sei que somente lembro de ti
Quando estou infeliz…
Por que será se a causa de minha
Desvairada felicidade és tu?
Se a partir de ti passei a existir?
Por que não vejo que sem ti perdi o rumo?
Que sem ti não há futuro?
Ao amanhecer, deitado ao teu lado, percebi:
Agora eu sei!
Paulo Rebelo, o médico poeta.
Um poema de profundo amor! Acordei inspirado. Li um poema. Bernadete dormia. A palavra RESGATE me fisgou!