POÇO*

POÇO

Ao me isolar,
não estou sozinho.
Apenas a sós comigo mesmo.
Nesse instante,
seguro minhas mãos,
E me arrasto.

Minha intimidade mais lúcida
e insana,
Quando me levo
pelo pensamento,
Que são garatujas da alma.

Pássaros de olhos
bem abertos no escuro,
Cavando poços
Cada vez mais profundos,
Num labirinto
sem fim,
Onde lá eu me perco
e me encontro.

Paulo Rebelo

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