PAULO FREIRE I*
O papel do pensador e do teórico (o teorico é um pensador, mas não vice-versa) é visionário. Assim avança a humanidade. O Paulo Freire foi um deles. Ele teorizou uma utopia politico-social educacional, que na prática, sabemos todos, não foi comprovado científicamente ou seja, não foi aplicado e testado em larga escala, com resultados mensuráveis, reproduzido por outros cientistas pelo mundo, tampouco foi aplicado concomitantemente por um longo período sustentado. Assisti vídeos seus, li resumos críticos de suas obras. Um homem prolixo e confuso. Ao voltar do exílio, foi secretário de educação em SP na gestão ERUNDINA (PT). Na época houve um frisson educacional. Era fogo-fátuo. A maioria aqui não conheceu PAULO FREIRE (eu, sim). A razão de seu sucesso está apenas no campo teórico, a partir de um único experimento seu educacional limitado, realizado num miserável grotão nordestino, sujeito à inúmeras variáveis. Alunos e professores das áreas humanas continuam acalentando o sonho de uma educação ideal, a partir de sua tese, enquanto ela afunda e é um fracasso no Brasil, com raras ilhas de pontuais excelência, baseadas em um “mix de pensadores e teóricos na educação”. Na prática, o nível educacional do BRASIL está muito mal. No PISA 2023, os estudantes brasileiros ficaram com nota 379 em Matemática, na 65º lugar do ranking, atrás de Colômbia e Cazaquistão. Em Leitura, foram 410 pontos e a 52º colocação, desta vez na frente dos mesmos dois países. Em Ciência, o Brasil aparece em 61º, abaixo da Argentina e do Peru, e com 403 pontos. Num mundo atual, não há Paulo Freire que eduque o mundo estudantil. Os primeiros professores sempre foram os pais. Com a emancipação feminina, tendo a mulher a necessidade de trabalhar, deixando a criação de seu filho à mercê de terceiros como babá, avó, vizinha, comadre, tia e creches, a criança foi sendo educada como pode, na maioria das vezes sem referências de autoridade, hierarquia, organização e disciplina com sérios reflexos na escola. A atual família jamais assume sua responsabilidade, transferindo-a para a escola.
Em tempo, somos um casal de médicos, com todos os cinco filhos na medicina. Discutir educação sem família é chover no molhado. Paulo Freire não previu isso.