O POETA*

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O POETA

O poeta tem um estilo,
próprio de quem fala
lá de dentro da alma para fora,
como um vulcão em erupção,
revelando segredos,
desterrando seus medos.

Ao vestir asas da imaginação,
feita de realidade e pura ficção,
o poeta voa para alcançar o mundo,
e nele um alguém que o escute,
que o entenda;
algo tão incerto,
mas cheio de esperança,
verdadeiro,
uma mensagem aberta
numa folha de papel,
tal qual numa garrafa de náufrago atirada aos mares,
à espera que ele a agarre,
o leitor.

O poeta fala diretamente com ele,
para ele,
de coração para coração.
São tão próximos,
quase irmãos.
uma sublime união.

Só um indivíduo tão familiar
o compreende
e jamais o criticará em vão,
como se ele estivesse materializado na sua frente aqui e agora,
por isso parece tão real,
esperado,
fraternal,
tão íntimo como alguém que sussurra um segredo nos seus ouvidos
desejado.

O leitor é o seu espelho,
vice e versa,
frente e verso,
um do outro,
o outro lado da lua,
da realidade nua e crua,
tão clara,
tão obscura,
o lado sagrado,
o lado profano,
seu lado mundano,
insano,
pois só o leitor entende o poeta,
onde está a mentira,
a verdade,
a mistura certa de sonho e realidade,
a ilusão e a quimera
para escapar da dor
que ambos sentem
e que somente eles entendem,
a sinceridade e a honestidade de seus atos.

É que ele leu a sua alma através de seus versos!

Paulo Rebelo, o escrevente do tempo.

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