O FUMANTE*
O fumante
Eu era pré-adolescente quando vi meu tio fumando.
Bem trajado e apessoado, achava lindo as tragadas e baforadas do cigarro CARLTON, entre as bebericadas de café fresco feito pela minha mãe. Era charmoso. A fumaça parecia não incomodar.
Sem que percebessem, surrupiei um cigarro e fui fumar com os meus amiguinhos.
Estávamos nos divertindo quando, de repente, ela saída do nada, escutei: “moleque safadinho!” Era minha mãe do meu lado; com vontade, me deu um tapa na boca, voando para longe o cigarro.
Assustada a garotada correu e eu envergonhado, escutava o seu sermão.
Curioso, até hoje sinto a ardência no beiço só de pensar nisso.
Graças à minha mãe um fumante a menos no mundo!