O DESCONCERTANTE ENCÔMIO À POBREZA*

O DESCONCERTANTE ENCÔMIO À POBREZA

 

Da pobreza, não brota nada, exceto as pungentes dores de muitas formas desdobradas de pobreza. E, se a mim endeusam-na, elucubrando em cima de suas eventuais magras realizações pessoais, romantizando-a a despeito de todas evidências dos males que a cercam e advindos dela ou ainda racionalizando como sendo o último bastião da dignidade humana, local onde maravilhas surpreendentemente improváveis ainda acontecem pela graça divina, isso é um engodo, visto que depois dela só miséria existe como o próprio inferno. Assim, direi ao mundo que seus entusiastas são igualmente pobres e desumanos.

Paulo Rebelo

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