O COMPLEXO DE INFERIORIDADE RACIAL*
O COMPLEXO DE INFERIORIDADE RACIAL
A partir do momento em que o Brasil multicultural aceitou sem resistência a tese da igualdade racial como política pública, curiosamente, abriram-se as portas para o aparecimento do “preto” na sociedade brasileira, pois até então, parece que ele era completamente invisível.
Advogados e simpatizantes das causas raciais, dizendo-se seu representante legal, sentindo-se livres e fortecidos, passaram a dar voz ao seu pensamento, surpreendendo me pelo seu elevado grau ressentimento, até recalque e complexo de inferioridade, presos como um nó na garganta desde a vida intrauterina, como se o restante dos brasileiros fosse seu algoz e responsável pela sua vida de penúria nas grandes cidades e campo e até o fracasso pessoal.
Obviamente, isso é sofisma e beira a má fé intelectual. Seu discurso é à base de clichês e palavras de ordem. Há o racismo, sim, mas não o estrutural, tese esse importada dos EUA. O racismo está no DNA do brasileiro, pois é comum a vida de brancos e negros, mas não significa que tenhamos desenvolvido esse male, mas isso explica, em parte, a pobreza do Brasil
A dificuldade está aí para cada um de nós brasileiros, sendo as classes C, D e E de todas as cores de pele as mais desumanamente sacrificadas, pois a vida, de um modo geral, não escolhe pela cor a quem punir ou abençoar e sim, o oposto e qual vida vai seguir.
Paulo Rebelo