FLOR DE LÓTUS*

🍁🍁🍁

FLOR DE LÓTUS

“A esquerda que anteriormente deplorava a realeza, a nobreza e o clero, eliminando-os da face dos países comunistas, encontrou um substituto dígno à altura: a “gente como a gente” e, de preferência, alguém do povo para representar solenemente esse espaço esvaziado: no Brasil, a ANITTA, a rainha das baixadas e periferias nacionais e seus consortes, as cantoras KAROL CONKÁ e POCAH, o “intelectual” NEGRO DI e o acadêmico Gil do VIGOR, os MCs KEVINHO e Livinho e o príncipe PABLO VITTAR, entre outras celebridades e subcelebridades.

A esquerda foi exitosa; paradoxalmente, fez das PERIFERIAS o centro do universo sociopolítico cultural nacional, a nossa NOBREZA; ela é escrachadamente escatológica e veio para subverter o mundo à sua maneira. Essa nova nobreza seria antípoda à clássica ocidental; seria supostamente isenta do pecado original; o “deplorável” elitismo da “clássica aristocracia/burguesia brasileira”, porém permitiu um pecado venal: a OSTENTAÇÃO, pois isso é sinal de sucesso da nova esquerda, pobre em conteúdo, mas riquíssima em verborragia social como a identidade racial, diversidade, multiculturalismo e de visibilidade na GLOBO, pois o pobre, preto e favelado é cartão de visita, abre as portas de trabalho e vagas nas universidades públicas através o site.as de cotas raciais, receita essa de sucesso e faturamento bem capitalistas. Veja bem, essa gente virou bem de consumo como qualquer mercadoria envolvida em cetim e purpurina. A esquerda como qualquer bom capitalista inescrupuloso não poderia deixar de faturar em cima de “falsificados”.

A esquerda sabe que diante da verdadeira revolução da internet não poderia mais doutrinar a periferia a ideologia comunista à sua maneira, então, com o tempo, por necessidade de sobrevivência, se encarregou de mudar o discurso revolucionário à base de fuzil; concebeu uma adaptação, cooptando a periferias para o seu projeto de poder e, sob patético e demagógico paternalismo, buscou enaltecer surrados atributos de seus moradores chamados de “heróis”; até carroceiro, mascateiros irregulares, e mototaxistas clandestinos são “vencedores”.

As periferias isto é, a nova NOBREZA, chocam, pois é tudo o que o mundo “civilizado” não deseja para si e de certa maneira aliena: a miséria humana que é a sua própria condição; é a sua imagem a ser deletada, o seu espelho a ser quebrado. Ninguém quer ser pobre.

Condescente com sua crassa ignorância e falta de educação formal e modos, atribuindo isso à exclusão social perpetrada por “poderosos”, a esquerda eleva o moral das periferias, atribuindo dignidade às sua vidas sofridas e miseráveis; um sobrevivente em meio à traficantes de drogas, milicianos e bala perdida, florindo essa gente com qualidades bem humanas para mascarar a sua penúria, como “simplicidade”, “beleza”, “honestidade”, “solidariedade”, “criatividade” e “resiliência”; a simbolicamente imortal e bela FLOR DE LÓTUS que floresce no pântano.

Paulo Rebelo, o médico poeta.

Leave a Reply

Deixe o seu Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *