ETERNIDADE*

ETERNIDADE

Um dia
Adormeci
Desejando algo
Que parecia impossível
Para um mortal:
Viver para todo o sempre
Até saciar uma estranha necessidade
De minha alma
Pelo elo perdido.

Haveria um fosso
Dentro de mim.
Fazia certo sentido.

E assim,
Naquela longa noite,
Sem destino,
Viajei pelo mundo.

Era uma sede de viver
Tão intensa
E profunda,
De uma vida a ser descortinada,
Ainda não vívida

Depois de muito anos,
Ao acordar pela manhã,
Senti que aquele medo
Já não existia mais;
Liberto de mim,
Eu havia me tornado,
Finalmente, eterno.

Paulo Rebelo, o médico poeta.

Leave a Reply

Deixe o seu Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *