CRÍTICA LITERÁRIA AO MEU TRABALHO*

A escrita de Paulo Rebelo seja nos seus poemas, nos textos documentais como jornalista ou literário dos seus contos e histórias , tem em todas elas, uma poesia transcendental, lívida diáfana e leve. Porém, não se iluda, é muito rápida como ela muda para uma tempestade perturbadora fora das emoções triviais e corriqueiras , é uma enxurrada de sentimentos muitas das vezes, repletas de confissões pessoais, onde ele se descortina sem pudor algum, revelando uma alma típica dos gênios inquietos, que nunca param de questionar o seu interior e o porque da sua existência, então, é assim que logo nos identificamos nesta mesma escrita.

(Augusto Leite, psiquiatra)

A CRÍTICA por Jose Paulino, doutor em LITERATURA BRASILEIRA E LINGUA PORUGUESA”O início da leitura do poema “Para depois” pode gerar no leitor um efeito estético próximo a uma ideia de que o eu lírico vai recolocar na natureza algum tipo de reparo, o que é dito não se processa, no sentido de concretização, e pode ser plenamente entendido quando o campo semântico começa a ser descrito e amparado numa temporalidade pretérita parcial: “dormisse”, “acordasse” e “comesse”.Chega até deixar pendente a palavra para “p”. Essa supressão vocabular conecta-se com a extensão do grito que foi distorcida pela rouquidão.O tempo desse poema estende-se num dinamismo veloz e elástico e aos poucos dilui a aceleração da vida ordenando um sentimento quase tranquilizador e acomodante das condicionantes sociais.Esse poema nos faz pensar numa questão fundamental da literatura que é o vir a ser. A arte nos faz pensar na possibilidade de transcendermos os valores e enquadrantes da existência pelo ato inconcluso da vida posto diante do homem.O poema vislumbra a suspensão do viver, realidade colocada pelos escritores românticos que não avançaram em direção da dimensão monumental da vida e buscaram investigar o interior humano.Não é o caso desse poema que fere a perspectiva onírica, deixando o eu subjetivo mergulhado na grandiosidade do aqui-agora”.

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