BONSAI*
BONSAI
Ao longo do tempo
Fui aprimorando
A minha arte literária.
Antes escrevia demais,
Era repetitivo
E logo me enfadonhava.
Quando relia
Alguns de meus textos,
Os rasgava
E começava tudo de novo.
Fui lapidando
Pacientemente meus escritos
Como um artesão das palavras.
Assim,
Ao revisitar um poema meu
Que parecia terminado,
Mais uma vez,
Saio à procura
Da melhor forma
E o podo como se faltasse algo,
Talvez,
Um pedaço de mim,
Algo que nunca esteve pronto
E por certo,
Nunca estará,
O meu eterno BONSAI.
Paulo Rebelo, o médico poeta.