AS DUAS ELITES*
AS DUAS ELITES
Por Paulo Rebelo
A simples menção da palavra elite gera incômodo entre os indivíduos que se sentem dela excluídos. Elite significa uma casta superior e privilegiada, em detrimento do restante da população, algo questionável e até inaceitável para o conjunto da sociedade. Mas, as elites estão aí e, muitas vezes, por motivos não tão claros; a elite socialista é uma delas.
As elites são renovadas a cada geração desde priscas eras, perpetuando-se no poder. É da natureza do indivíduo desejar ser diferente dos demais e para se proteger contra inimigos externos e se fortalecer, adere a um grupo de semelhantes.
No sentido estrito, há dois tipos de elites: a socialista e a capitalista. A primeira é alimentada pelo fetiche de igualdade e justiça social. Aliás, Cuba exerce um fascínio sobre essa gente. É globalista, apologista do marxismo cultural. A segunda é clássica, conservadora, do jeito que conhecemos. Curiosamente, a elite socialista tem os mesmos refinados gostos da elite capitalista, mas a detrata como alheia e indiferente às questões mundiais. O que tem em comum é o exibicionismo, consumismo e ostentação, que na burguesia socialista é algo caricato.
Ambas apreciam marcas e grifes consagradas; são sapatos italianos, relógios suíços, joias caras, vinhos franceses e carros importados; gabam-se de apto próprio em região nobre da cidade ou são proprietários de casa em condomínios exclusivos no campo e na praia. Frequentam restaurantes caros e de quebra, fumam charuto cubano.
A diferença entre essas duas elites é que, enquanto a capitalista é “autêntica”, não escondendo suas manias de que é burguesa mesmo, tendo orgulho de sua raiz ocidental, a elite socialista é dissimulada e como MEA CULPA, diz se envergonhar de suas origens burguesas, desprezando o legado cultural e progresso da civilização ocidental.
A nova “burguesia socialista”, um heterogêneo BAS-FOND acadêmico e intelectual com seu demagógico e pedante discurso humanista e humanitário, é ubíquo e prevalente nas rodas sociais e mídias, revelando toda sua hipocrisia e contradições políticas, pois é comensal, vivendo às expensas do melhor da democracia e do liberalismo econômico, enquanto arrota ares de socialista.
Paulo Rebelo