ALMA INDOMÁVEL*
ALMA FUGIDÍA
Alguém precisa pensar
Loucuras,
Bobagens
E até mesmo porcarias,
Desenhar garatujas.
Às vezes, ocorre comigo,
Porém é algo frusto.
Chega a ser frustrante.
É momentâneo
E passageiro,
Não vai adiante.
Quisera que fosse sempre
Os laivos de genialidade.
Talvez, fosse eu diferente
Mais puro
E inocente.
Porém, inteligente,
Mais ousado
E confiável,
Coerente.
Seria uma criança sem medo
E sem covardia.
O universo seria outro,
Repleto de odisseias
E alegria.
Não é perda de tempo
Imaginar coisas;
É ócio criativo.
Há certas elisões perigosas
Da alma fugidia
Que são boas,
Que nos liberta da rotina,
Da indiferença
Da cega crendice.
Que frequentemente
Flerta com o perigo
E com o pecado.
Almas brincam com o fogo.
Isso é inevitavel;
É sua sina.
São indômitas.
Por isso são pilotos de prova humanidade;
Por isso são tidos
Como excêntricos,
Esquisitos,
Insanos,
Mas nunca sem caráter
Ou desumanos.
Vão aonde ninguém quer ir
Nem ouse fazer.
São sobrenaturais.
É preciso romper limites
E estabelecer paradigmas
Para a sociedade e para si
E se nada disso der certo,
Alguém há de dizer
De peito estufado: “eu tentei!”
Ou ainda:
“algo mudou dentro de mim”.
Paulo Rebelo, o medico poeta.