A RESPEITO DA POBREZA NORDESTINA*
[13/5 13:48] osmando brasileiro2016@gm: E quem disse que é tão pobre e miserável assim? Todo lugar tem pobreza e miséria… Sendo a maior maior região do país, é normal que haja maior número de pobres e miseráveis, concorda? Poderia moralizar sua frase de efeito
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13/5 16:04] Paulo Rebelo: Ah, entendo! A frase é provocativa, mas professor, por favor, não a tome como um insulto etnofóbico. Seria simplicar o assunto. Eu te disse que curto escrever aforismos e afins, e esta frase está longe de ser inverídica ou é? Ela, também, se aplica ao norte, às periferias, às favelas e etc., abandonados pelo estado brasileiro). Basta que consultemos o IDH-IBGE 2023 (vide imagens). É que o médico não examina dois pacientes ao mesmo tempo. São semelhantes, mas não iguais. Dito isso, atenhamo-nos à primeira parte da frase “mentes brilhantes” e “grande capacidade laboral de povo nordestino”, quando o louvo, mesmo elegendo o apedeuta e bandalha do LOL4 (leste o meu texto “O SALVADOR DA PÁTRIA”? Creio que não. Leia, pfvr. Verás meu ponto de vista). A pergunta continua à espera de uma resposta desapaixonada, ainda que queiram “pasteurizar a pobreza e a vida miserável de muitos brasileiros dessassistidos, os chamando de “guerreiros” e “herois”, algo que intelectuais adoram fazer. Exemplo dessa verborragia é o baiano DAVI BBB24, o MACUNAIMA do século XXI, autointitulado como o “CAMPEÃO DOS POBRES e PRETOS”.
Por último, a passagem que motivou a minha frase foi uma viagem que fizemos ao Maranhão em 2015, precisamente, Lençois Maranhenses. Atravessando um pequeno rio, num longo caminho de areia em direção aos “Lençois”, passamos por inúmeras cabanas de pau a pique, chocados com crianças, mulheres e idosos maltratados pelo abandono, sem água, luz ou saneamento. Lá pelas tantas, uma turista espanhola perguntou, inocentemente, ao guia: “mira, señor, porqué no hay puertas ni ventanas en las casitas?” Ele sorriu e disse ironicamente para espanto e depois gargalhadas dos turistas: “porqué habria de tener? Son todos pobres, entonces no hay o que robar!” Eis a pobreza e miséria humana de que escrevo. Pergunto-te; mudou a imagem de “RETIRANTES” de Candido Portinari? Não creio. Da canção “ASA BRANCA”? Também, não!
Um abraço fraternal!