A OPRESSÃO*

A OPRESSÃO
Por Paulo Rebelo

Um dia
A gente acorda
Oprimida,
Sem norte,
Sem saída,

Sangrando

Exangue à morte.

Poderia tentar olhar
Para dentro de si
E buscar não maldizer
A vida,
Desejando melhor sorte.

O que falta para livrar-se desse roteiro
E por fim,
Terminar
Essa sina,
Quando num instante
O mundo torna-se incolor,
Nada tem odor,
E a existência
Puramente insípida?

Enfim,
O que nos faz
Deixar-se levar
Pela opressão que nos anula
E, silenciosamente,
Nos leva a desistir da luta?

É o que mais machuca.

Nem a alma sabe explicar.

Assim,
Na vida,
Não há outro caminho
A seguir,
A não ser lutar
Num ciclo repetitivo
E interminável,
Cujo destino final

É para sempre arriscar.

Paulo Rebelo, o escrevente do tempo.

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