A MEDICINA É A FAVOR DA CIÊNCIA*

A MEDICINA É A FAVOR DA CIÊNCIA
(NÃO É CONTRA A HIDROXICLOROQUINA)

A ciência médica é uma da filhas da filosofia. Até a metade do século passado a medicina era intuitiva e portanto, sem nenhum rigor científico, causava muitos malefícios ao homem, inclusive mortes (vide TALIDOMIDA). Não havia os conceitos de segurança e eficácia.

Aleatoriamente, à base de conhecimento popular passado de geração à geração (e até hoje), remédios caseiros a partir de ervas e plantas medicinais são feitos e medicamentos eram produzidos por boticários (farmacêuticos) detentores de fórmulas próprias. Além disso, qualquer indivíduo conseguia produzir e vender poções milagrosas que prometiam cura para tudo, incentivando o surgimento de CHARLATÃES e CURANDEIROS que persistem em todas as sociedades.

Assim, a medicina evolui com o rigor científico para a proteção do homem e isso foi uma necessidade para promoção da saúde da humanidade. Evoluíram os testes IN VITRO e IN VIVO isto é, no laboratório com cobaias e seres humanos para então, serem aprovados e CERTIFICADAS por agencias mundiais e nacionais.

Ainda assim, antes da chegada da MEDICINA BASEADA EM EVIDÊNCIAS CLÍNICAS (1997), grande parte dos medicamentos receitados, baseava-se muito na experiência do médico. Muitos medicamentos eram receitados sem necessidade clara.

Isso mudou com a medicina baseada em evidências clínicas. Hoje, a segurança, efeitos colaterais e eficácia são muitos mais conhecidos e é imperdoável que o médico não os conheça dado as evidencia científicas robustas.

Um dos piores exemplos da medicina ocorreu com a droga TALIDOMIDA. Essa droga esteve no mercado pela primeira vez na Alemanha em 1 de outubro de 1957. Foi comercializada como um sedativo e hipnótico com poucos efeitos colaterais. A indústria farmacêutica que a desenvolveu acreditou que o medicamento era tão seguro que era propício para prescrever a mulheres grávidas, para combater enjoos matinais. O resultado dramático disso foi a aborto, morte fetal (centenas de milhares) e FOCOMELIA, má formação e amputação dos membros superiores e inferiores.

Recentemente, no Brasil, a FOSFOETANOLAMINA, a pílula do câncer, após muita polêmica no meio médico, mesmo sem nenhuma comprovação científica de eficácia foi liberada para comercialização sob o argumento da beneficência. Após testes constatou-se que não era eficaz Curiosamente, essa mesma droga, hoje, ressurge como SUPLEMENTO, evidentemente, uma fraude. E é isso que a ciência quer dizer aos incautos que no desespero aceitam opiniões e tratamentos sem base clínica sólida.

Uma palavra final sobre os mercados populares como o VER-O-PESO em Belém do Pará. A riqueza de ervas e plantas medicinais ( A FARMÁCIA DE ÍNDIO) faz parte da crendice popular e é intocável do ponto de vista cultural e portanto, não deve substituir a medicina clássica.

Atualmente, a sofisticação do charlatanismo e curandeirismo pode vir modernizada em nomes pomposos como “MEDICINA ALTERNATIVA” E “MEDICINA SUPLEMENTAR” para ombrear a verdadeira medicina, dando-lhes um pretenso caráter de medicina natural.

Paulo Rebelo

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