O MARULHO*

A LAMENTAÇÃO”

Havia tanto tempo que já nem lembro mais da última vez em que sentei-me diante do mar e deixei que a brisa e o marulho acalmassem minha alma; dessa vez, ocorreu-me apenas escutar o seu lamento, mas ao final, em silêncio, lá estava eu fitando-o no horizonte a perder de vista, enquanto o sol se punha; assim, o que ele me dizia mais parecia decifrar meus próprios sentimentos, como alguém que há muito tempo me conhecia.

Paulo Rebelo, o médico poeta.

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