A GLOBO, O POBRE E A “BURGUESIA CONSCIENTE”
A Globo nunca gostou de pobre até precisar dele para não perder mais audiência diante do avanço das igrejas neopentecostais e redes sociais, pois a classe média debandou-se dela. Até o final da década de 90, a atmosfera e cenários da sociedade brasileira veiculados nas grandes novelas, cujos personagens eram das classes média e alta brancas com belas atrizes e atores, giravam em torno de tretas amorosas e econômicas, filmadas nas paradisíacas praias de Copacabana e Ipanema, no Rio de Janeiro e nas suntuosos bairros do Morumbi e da Faria Lima. O pobre era um figurante; só aparecia mesmo como empregada doméstica, balconista, manicure, mecânico, pedreiro e taxista. Aí veio a pernóstica onda progressista em torno dos “excluídos e minorias”, colocando-os como protagonistas, para lhes fazer igualdade e justiça social e portanto, resgate de sua dignidade. Então, mercadologicamente, atendendo o apelo de um mundo em evolução social constante, a Globo criou uma programação voltada para dar voz às minorias e excluidos da sociedade. Apareceram o “ESQUENTA”, cujo tema eram as comunidades, eufemismo de favelas, a novela PARAISÓPOLIS, A FORÇA DO QUERER, com a nefasta protagonista Bibi Perigosa, MR. BRAU, o casal pobre, preto e favelado que deu certo na vida e etc, tudo para mostrar que o pobre também “é gente como a gente” e até melhor que o branco, desde que lhe fosse dada oportunidades e quem lhes daria? A Globo encabeçando essa virada na sociedade brasileira, coincidindo com a ascensão da esquerda no poder. Outrora chamada de GLOBOLIXO e GLOBOXTA por ela, tornou-se sua aliada.
Assim, se o Brasil não melhora, de fato, a GLOBO passou um verniz na pobreza para dar a impressão, que o Brasil está melhor, mais confiante e esperançoso em tempos de Lula, ainda que até agora aguardando pela “picanha com cervejinha” ao som do FUNK , “o chorume das favelas”, cantado por Anitta, a intelectual das quebradas.