A GALOPE*

A GALOPE

 

Acordo,
Porém já não sei mais se é de dia ou se é de noite.
Então, por que despertar-me?
Pois, o meu maior bem é o que ainda me resta de sono acumulado dentro de mim,
Como um tesouro imerso nas profundezas do oceano.

Sei que a situação que desesperadamente vivi não passou de mais um pesadelo,
Do tipo como um animal correndo a galope atrás de mim.
E assim, volto a tentar dormir, 
Buscando refúgio em sonhos idílicos, 
Mas é tarde;
Não mais consigo dormir; o sono simplesmente me abandonou.

Agora, desperto, já de olhos bem abertos, 
Experimentando em meu corpo a tua dor
Tão próxima e distante de mim,
Que sinto necessidade aliviá-la nessa terra ao meu redor,
Me dei conta que o pesadelo que tanto assola minha vida 
Em verdade,
É aquele desse mundo que habita o meu ser.

Assim, antes em paz comigo mesmo,

Em busca da razão no mundo lutarei.

Paulo Rebelo, o médico poeta.

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