A FONTE*

A FONTE

Ah,
Deus!
Por que tinha que ser assim,
Extrair de minha alma bruta
A dor tamanha
Até que escorra
O néctar da felicidade pura?

E, quantas vidas terei que viver,
Quantas vezes em vida morrei
E ressucitarei,
Quantas desilusões sofrerei
Até que minha alma
Esteja depurada,
Coada de impurezas, cristalina
Como água das montanhas,
Livres das atrozes incertezas?

Por que essa fome de amor
E conhecimento é maior
Do que a própria fome
E sede que me consomem, cuja fonte nunca me satisfaz?

A vida… Por que esse fruto tão doce é tão amargo?

Paulo Rebelo, o médico poeta.

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