A FELICIDADE*
A FELICIDADE
A tristeza é longa e profunda.
Nasce arraigada às raízes da alma,
Causando-lhe longas noites de frio e solidão.
A felicidade é fugaz,
Está derramada na pele viçosa,
E é como um perfume que se esvai.
A tristeza arde como brasa; é pura dor.
Já a felicidade sopra como a brisa nas manhãs primaveris;
É a chama viva atropelando a escuridão!
A felicidade diz “SIM”,
A tristeza, “NÃO!”.
A tristeza implode,
A felicidade explode.
A felicidade canta,
A tristeza se cala.
A tristeza fala tudo para dentro.
Dela nada se sabe,
Exceto que tem dor.
A felicidade anuncia-se para o mundo.
A tristeza não tem fome.
Todavia, a felicidade é insaciável.
A tristeza é misteriosa e enigmática,
A felicidade é porta aberta,
É balão a gás.
A tristeza é pedra jogada no fundo do rio.
A tristeza hiberna,
Ela é seca e desértica;
Já a felicidade é boêmia,
É tempestade tropical.
Acorda-se querendo mais,
Pois é pródiga e extravagante.
Ao passo que a tristeza é infecunda.
Se um dia a tristeza morrer,
Ela não fará nenhuma falta ao mundo!