A DESILUSÃO*
A DESILUSÃO*
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Perdi um grande amor. Saibas tu que acreditei que fosse o maior desse mundo, o maior que sentira um dia na vida.
Não era verdadeiramente um amor. Pensei que fosse. Deixe-me enganar; era pura dor. Não morreu fisicamente, envelheceu precocemente até morrer aos poucos dentro de mim, sem antes arder em chamas o meu peito.
Foi uma doença quase mortal que se abateu sobre o meu coração, deixando-me sequelas na alma para sempre. Por isso, quase morri.
Esse mesmo amor como uma uma arritmia agitando o meu coração,tal o desvario, a ponto de eu desejar morrer por ele, Ora, foi tudo uma grande ilusão!
Veja a loucura que é o amor, o que mata. Logo, aquilo não era mesmo amor.
Um dia, depois de tanto sofrer, passei a ter medo do amar, qualquer novo amor, não importa.
É triste. Em verdade, supliquei para que sumisse de minha existência e nunca mais voltasse, porém, jamais foi embora.
Até hoje, sob múltiplos disfarces, ele ronda a minha vida, insiste em bater na porta de meu coração, gritando para que eu não desista do amor. Vive me dizendo que só um novo amor cura o velho ou o faz renascer.
Eu não consigo mais acreditar no amor.
Meu coração já foi enganado tantas vezes por ele que cheguei à conclusão que se trate de mais uma mentira que suportei.
A razão é simples:
“O amor vive a vender ilusões e entrega desilusões”.
Paulo Rebelo, o escrevente do tempo.