À DERIVA*

À DERIVA

 

Dois corpos separados pelas correntezas da vida…

Uma alma que parte aliviada,

Outra alma que resta aflita

E morre resignada,

Sofrida!

Sem explicações,

Perambula como fantasma em solilóquios.

Ainda nos últimos estertores pergunta:

Por que tinha que ser assim,

Meu eterno amor,

Tu que a onda do mar para a distância levou?

Tu deixaste em mim o gosto amargo de um amor

Que outrora me satisfazia

Abriu-se um fosso na minha alma

E agora mal digerido

Arde-me o corpo

Como queimadura do gelo frio abrasivo

Da boca salgada

Sêca em meu peito que de lá nada brota,

O universo é pequeno para minha dor!

 

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