A CAVALGADA*

A CAVALGADA

A vida
Estranha
E maravilhosa companhia.
Queixo-me dela
Mas sem ela
Não há paz,
Não há razão
De existir,
Só há tristeza
E melancolia
Que brota em mim.

Pois, se a galope
Em busca da razão,
Cego eu sigo adiante,
Aqui na terra
Jamais a encontrarei;
Eis que aqui só há guerras,
Doenças,
Angústias
E veleidades.

Todavia,
Em algum lugar,
Jaz dentro de mim
A esperança.

Assim, não há religiosidade,
Espiritismo,
Livros de auto ajuda,
Esoterismo
Nem misticismo
Na minha
Cavalgada,
Como se fosse uma receita,
Um prato feito
Às pressas a ser deglutido,

Apenas a espiritualidade
A ser encontrada
Nessa breve e intensa vida
Durante a minha
Longa e solitária caminhada.

Paulo Rebelo, o médico poeta.

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