A BOCA*

A BOCA

A sua presença
Salta aos olhos;
Lábios carnosos,
Tão delicados,
Finos,
Charmosos,
E soam apetitosos
Como uma fruta
Que dá água na boca,
Cor de carmim,
Saborosa.
Um órgão anatômico
Como outro qualquer.
Mas, porque são tão apelativos?
Lábios provocativos.
Por que são sedutores
E persuasivos?
Que fascínio é esse
Que exerce sobre os mortais?
Induzem-lhes a embarcar
Num sortilégio.
Aperta-lhes o peito,
Sufoca-lhes a respiração.

São desejos incontidos

Por algo tão distante
Quanto proibido,
Evocando paixões e amores Intangíveis.

Paulo Rebelo, o médico poeta.

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