A BIOGRAFIA-Paulo Rebelo*
“As minhas melhores lembranças embalarão meus sonhos na velhice”.
Aos vinte e cinco dias do mês de janeiro do ano de mil novecentos e cinquenta e oito da era cristã, nasci em Santarém no Pará por acaso. Num navio a caminho de Belém, minha mãe me deu a luz. Apelidaram-me carinhosamente de “preto”. Dizem que nasci sob a luz de velas e candeeiros, pois a luz elétrica era racionada e incerta. Portanto, sou mocorongo*.
Apesar de sermos pobres, tive uma infância feliz. O pai, Evandro, austero, era prático do Rio Amazonas e a mãe Clécia, companheira, no passado distante foi professora de crianças. Era dona de casa, pois meu pai não admitia que sua mulher trabalhasse fora.
Sempre fui um menino curioso e esperto. As áreas que mais gostava eram biologia, história geral e geografia humana. O meu gosto pelo mar e navios e fotografia vem de meu pai e de minha mãe, a sensibilidade, o gosto pela escrita e leitura.
Sem muitas perspectivas na vida, a grande virada na minha vida ocorreu quando fui agraciado por uma instituição americana de intercâmbio, Youth for Understanding, com uma bolsa integral de ensino e em janeiro de 1975, fui morar com uma família americana e estudar numa HIGH SCHOOL em Michigan nos EUA. Foi um período fantástico de minha vida.
A partir daí, decidi que gostaria de ser médico.
A vontade de escrever sobre os mais variados assuntos partiu de uma necessidade de me expressar emocionalmente diante dos acontecimentos ao meu redor como a dor humana provocada por enfermidades orgânicas ou psicológicas e o medo da morte, a incurabilidade das doenças e a invalidez. Então, foi um passo para tratar de temas mais abrangentes.
Por fim, Bernadete e eu estamos casados há 35 anos. Ela é pediatra. Temos cinco filhos, três dos quais, homens, são médicos. As duas filhas seguem os passos dos irmãos com acadêmicas de medicina. Pode-se dizer que somos uma família de médicos.
Paulo Rebelo
* caboclo local