O VÃO*
Às vezes,
O homem
Parece levitar
Num espaço entre a alegria
E a tristeza.
Há um imenso vazio
Do início ao fim
De sua vida,
Com muitas perguntas
Sem respostas,
Já não importa,
Quando havia mais sofrimentos,
Onde não há mais sentimentos;
Há apenas a vastidão
Do nada.
Um dia,
Ao final da longa jornada,
Tudo está esclarecido.
Pois, não há mais dor
Nem questionamentos.
Aquele vão
É preenchido completa
E silenciosamente,
Por auto aceitação
E resignação,
Quando, enfim,
Tudo no mundo se torna relativo
E que, a partir daí,
Estranhamente,
Acontece o derradeiro significado
De sua existência.
Paulo Rebelo