POR QUÊ? (EU SEI)

Ao Meu Grande Amor,

Bernadete Rebelo

.

Ah!

Por que

Te esqueço

Cotidianamente

Se és tu

quem me resgatas perenemente?

Eu não sei!

Por que esqueço que quando estou no avesso

És tu quem frequentemente me aprumas direito?

Por que não vejo

Que teus erros na verdade

São os meus?

… Quando me perdoas,

Quando de mim

Te aborreces

E te enojas!

Que sentimento é esse

De crer

Que és minha posse

Se te deixo abandonada no canto

À própria sorte?!

Por que perdi a paciência de outrora

Quando choras?

Por que me sinto

Tão seguro a ponto

De te desvalorizar

À cada segundo

Como se fosse a vida toda?

Que raios de amor estranho é esse

Se ontem não te beijei,

Se na noite passada na cama

Não te acariciei?

Onde deixei o teu corpo sem o laço

De meu abraço?

Onde deixei o teu cheiro que me inebria?

Por que não vejo mais teu sorriso

Ou o teu canto que me contagia?

Que intimidade é essa que intimida?

Por que não te escuto,

Não te aqueço?

Que estranhamento!

Perdão,

Não te mereço!

Eu não sei.

Só sei que somente lembro de ti

Quando estou infeliz…

Por que será se a causa de minha

Desvairada felicidade és tu?

Se a partir de ti passei a existir?

Por que não vejo que sem ti perdi o rumo?

Que sem ti não há futuro?

Ao amanhecer, deitado ao teu lado, percebi:

Agora eu sei!

Paulo Rebelo, o médico poeta.

One Response

  1. Paulo Rebelo disse:

    Um poema de profundo amor! Acordei inspirado. Li um poema. Bernadete dormia. A palavra RESGATE me fisgou!

Leave a Reply

Deixe o seu Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *