ARTIGO ORIGINAL*

ARTIGO ORIGINAL

A respeito da pandemia pelo COVID-19. Opinião.

As melhores cabeças do mundo se debatem sobre o que fazer diante da pandemia do COVID-19. Até o momento, em que pese a idoneidade e seriedade de pesquisadores, não há ninguém capaz de explicar o fenômeno em toda a sua amplitude e que tenha o domínio sobre a complexidade do assunto.

Assusta porque a doença mata mesmo que seja 5% da população, também, a elevada carga de sofrimento causada pela enfermidade e porque leva o mundo para estagnação econômica com a eliminação de postos de trabalho, provocando na população uma angústia coletiva.

Alem disso, o fato é que não parece haver uma resposta única aplicável à todas comunidades, todavia algumas perguntas já podem ser respondidas e aplicadas.

Há duas questões revelantes que dividem a opinião pública e a comunidade científica mundiais que são:

● O tratamento;
● O isolamento.

Até agora não há cura definitiva para o novo coronavírus. O que há são drogas que tem ação potencialmente VIRUCIDA ou seja, que destroem o virus e que já estão sendo largamente utilizadas na vigência da pandemia. O interessante é que em momento nenhum na história da humanidade uma droga, como a cloroquina/hidroxicloroquina, foi testada na prática em escala mundial em plena doença, não obedecendo os rigores científicos. A necessidade fez com que o mundo utilizasse a droga, porém erroneamente vista pelo público leigo como panaceia.

Após uma infecção, o próprio organismo desenvolve anticorpos contra o vírus, se curando espontaneamente. Isso explica o grande número de pessoas com pouco ou nenhum sintoma e vem daí a tese de que não se deva fazer o isolamento horizontal ou seja, um isolamento aplicado a 100% da população e sim, o isolamento vertical aplicado apenas a idosos, portadores de comorbidades como hipertensão e diabetes e imunocomprometidos, isto é, pessoas com imunidade baixa.

Contudo, para aqueles que tem sinais e sintomas debilitantes capazes de levar o indivíduo à internação e morte, a medicina
aplica um conjunto de medicamentos promissores como anti-virais, imuno moduladores e imunossupressores, antibióticos, anti-parasitários, tendo a cloroquina/hidroxicloroquina lugar de destaque, além de cuidados gerais que se mostram eficazes no combate à viremia, salvando vidas.

Até a cura definitiva a saída é a vacinação em massa da população contra o novo coronavírus.

O ideal seria o isolamento vertical que na prática não se mostrou eficiente no controle, em larga medida, pela falta de educação sanitária do restante da população que desrespeita regras básicas como de distanciamento social e higiene pessoal. Daí a tendência dos governos mundias a aplicarem o isolamento horizontal com escala de rigores julgados de ferir direitos fundamentais do homem, cujo efeito colateral mais dramático é a paralisação da economia e seus reflexos nas despensas e geladeiras dos lares.

Além disso, como fator inexequível a dificultar o isolamento vertical, muitos idosos estão ativamente trabalhando, até por necessidade pessoal ou familiar como sobrevivência mesmo.

Assim, a saída é que o tratamento experimental deva mesmo ser feito em cima dos relatos científicos já existentes, ainda que lhes falte documentação adequada aos rigores da ciência, juntamente com o isolamento vertical, aplicada à testagem em massa da população, identificando os saudáveis para o trabalho e isolando os portadores.

Na impossibilidade da testagem geral e isolamento, reforçar a educação sanitária da população, prevenindo a contaminação e infeção.

Ao meu ver, metaforicamente, diante de um caminho obscuro é preciso ter cautela e nada nos impede que continuemos avançando, sabendo que em muitos casos, inevitavelmente, será tentativa e erro, como quem pega uma estrada errada e tem que voltar ao ponto inicial.

Os atalhos não são para burlar a lei; estão para facilitar e corrigir os erros de percurso.

Paulo Rebelo, médico.

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