A GENTE HIPNOTIZADA*
A GENTE HIPNOTIZADA
Afirmações recorrentes enaltecendo as ações e feitos históricos do LULA e esquerda através de um discurso bem elaborado, articulado e entusiasmado, não é próprio das classes C, D e E. Para essa gente, LULA sempre foi e será sinônimo de BOLSA FAMÍLIA, o homem que criou o FOME ZERO no Brasil e isso é seu maior cartão de visita. Sua imagem é quase que indissociavelmente messiânica e se aproxima a de um salvador da pátria. Pode-se compreender essa visão pela baixa escolaridade desse povo.
Todavia, o palavreado e discurso enriquecido com frases de ordem, repetido como um mantra, é próprio de um tipo particular de gente: a classe média dita INTELECTUALIZADA, a burguesia “consciente” que outrora distante da gente pobre e abandonada, hoje, é caronista da revolução social: viu no homem LULA a chance de sair do anonimato e vazio existencial de não pertencimento a uma comunidade, muito além de seu mundo egocêntrico e assim, buscar praticar o bem, ainda que através do discurso humanitário que faz com maestria, mas que na prática, ações humanitárias não são o seu forte.
O seu discurso virulento visa atingir agressivamente as classes A e B ao combater os males do capitalismo e seus efeitos sobre a burguesia e o consumismo desenfreado, sobretudo a sua alienação social e política, principalmente, uma sociedade com laivos de escravismo que deva ser duramente condenado. Não é totalmente inverídico algumas dessas afirmações. Assustam, porém os seus métodos de “conscientização do povo” como uma lavagem cerebral, a qual ele mesma foi submetida.
E dessa massa de gente classe B “consciente”, ardilosamente sofismática originaram-se acadêmicos e professores universitários, funcionários públicas, sindicalistas, ativistas e militantes de esquerda que agem como verdadeiros “guerrilheiros” das mídias sociais, formadores de opinião pela influência e penetração nas classes inferiores, pois com alguma inteligência e sedução, apresentando estatísticas tendenciosas, manipulam informações e incitam as classes menos favorecidas para “lutar pelos seus ideais e direitos” ( incluindo os deles ), enquanto cômoda e entusiasmadamente discutem os rumos da nação em algum bar temático qualquer, entre uma rodada e outra de cerveja.
Essa classe B “consciente” santificadamente enrustida de humanitária, algo que tradicionalmente nunca o foi, porquanto ser historicamente anticapitalista e contra a burguesia que julga alienada, elegeu o LULA o seu líder máximo e não um messias qualquer, ao deixar para trás, ela mesma, seu pedante ar científico para se imiscuir com os problemas cotidianos do povo. Associar-se à imagem do “maior presidente que o BRASIL já teve” melhora a percepção negativa que a sociedade, com razão, tem sobre a classe média como um todo; isso lhe rende o status humanista!
Por essa razão, não devemos estranhar a defesa intransigente do líder LULA e do ideário de esquerda por parte dessa gente obstinada em socializar o BRASIL. Devemos olhar toda essa adoração com ceticismo.
Acredito que por trás dessa motivação humanitária haja uma forte motivação pessoal, sim, porém nada saudável quando vemos a irredutibilidade em aceitar os crimes financeiros perpetrados por LULA e outros próceres do PT e a disposição para o confronto físico, inclusive o “mortal”.
A motivação desse povo pode ser, muitas vezes, insondável, mas de um modo geral, a meu ver, esse discurso bem preparado tem a ver com certa frustração pessoal subliminar, difícil de tratar. No fundo, seus fundamentos são advindos de uma crônica insatisfação com sua própria condição humana, seu trabalho mal remunerado, aquém de suas necessidades. Caso tivessem um salário digno, não acredito que estivessem na luta pela igualdade social.
Então, a maioria das alegações exaltando os feitos de um governo de esquerda e irresponsavelmente perdulário é infundada e não se sustenta à uma boa argumentação, perdendo fôlego e entusiasmo, como já se percebe, felizmente.
Assim, creio que quando essa verdadeira hipnose cessar, desfeito o ilusionismo coletivo, essa classe média dita esclarecida, finalmente, há de se redimir e retomar fazer parte de uma verdadeira irmandade nacional, deixando de lado o acintoso “NÓS CONTRA ELES” e que tem sido o seu mote destrutivo até o presente momento, motivo de dissidência entre os brasileiros.
Paulo Rebelo