PERDÃO*
PERDÃO!
Acordei com a urgente necessidade de te pedir perdão.
Estranhamente, é como algo dramático,
Próximo de uma tragédia a ocorrer
Se for impedido de fazer
Antes que eu venha a morrer e leve comigo a minha súplica
sem que me perdoes,
Como quem ora a DEUS,
Tal é a mina culpa
Que me martiriza,
Que me mata aos poucos e silenciosamente, mesmo gritando:
Perdão!
Meus últimos estertores me mandam ficar.
Por isso, creio que nunca será é tarde,
Pois reconheci meus pecados
Assinados e reconhecidos no firmamento.
Ainda que pareça aos olhos do mundo,
Que seja tarde, todavia não o é para mim,
A tua mão estendida para um aperto de mão,
Os teus braços abraçados em mim para um abraço reconciliador são como lufadas de ar fresco!
Perdão!
Agora sei;
No fundo,
fiz mal a mim mesmo.
Paulo Rebelo, o médico poeta.