OS NERVOS DE AÇO*
Achei que a fleuma
pudesse controlar o meu inconsciente
e ao livrar-me dele,
navegar em lagos plácidos,
que pudesse voar bem alto num céu estrelado,
dormir sem pesadelos…
e no lusco-fusco da manhã,
despertar sereno,
nada devendo ao mundo.
A fleuma dependia de tempo,
como o amadurecimento da fruta da estação.
É a sina,
como uma maldição
ser o homem escravo de suas emoções,
de paixões,
de seus fantasmas,
esse é o destino.
Para agravar a fatalidade,
o acaso.
Só tendo nervos de aço!
A ansiedade,
tensão,
tudo vulcão em erupção!
São que nem terremotos,
rachando a alma,
liberando pulsões…
não há ferrolhos que as segure.
Porquanto as inquietudes da alma
São como animais selvagens rugindo dentro de mim…