ANOITECE*
ANOITECE
À lua cheia, o sereno silencioso, o som dos animais, o farfalhar da copa das árvores, a luminosidade noturna exerce inefável pressão sobre o ser humano.
O homem muda na forma. Fulguram as silhuetas de corpos como de pirilampos erradios, tornando-os vistosos, envolventes e misteriosos, mas sem mudar jamais no fulcro. Parecemos outra pessoa.
Breve e intenso engano dos sentidos!
A noite evoca o aparecimento de outro alguém dentro nós mesmos que esteve sempre inaparente sob a luz diurna, oculto; na verdade, não surgiu com a noite; esse espírito viajante sempre existiu.