ACERCA DE MEUS TEXTOS introdução*
A RESPEITO DE MEUS TEXTOS
(base do futuro livro)
Prefácio de Arli Aldo, professor de HISTÓRIA.
“Esse ofício de rabiscar sobre as coisas do tempo…”
(Carlos Drummond de Andrade, Fala Amendoeira 1957).
Em seu texto, Drummond apresenta a necessidade de viver ligada
ao exercício de escrever crônicas. A ideia parece acolher com maestria os
textos de A Galope, do Médico e Escritor Paulo Rebelo que em seu conjunto
de crônicas apresenta suas experiências de oficio que se confundem com o
próprio tempo e com as suas experiências de vida.
Paulo resgata de suas lembranças, amalgamas e sentimentos
humanistas para construir seus textos, direcionando assim, o leitor a sua
experiência de viver intensamente de forma analítica. O escritor vai buscar na solidão da alma, na importância do amor familiar ou em uma simples compra a necessidade entender as substancias que fazem parte da narrativa de sua vida e dos acontecimentos que lhe rodeiam.
A galope nos leva a entender a beleza da crônica para representação da vida cotidiana, Paulo Rebelo, nos mostra, com maestria a
beleza da crônica em capturar a essencialidade naquilo que muitos jugariam desinteressante e, mostra como é importante mesmo que de forma descompromissada com a estética literária e, por isso mesmo nos faz rever a importância não só de existir, mas demasiadamente de viver, por si mesmo, por sua vez representado na veia poética do autor.
Encontram-se presentes nas crônicas de Paulo Rebelo, uma
quantidade suficiente de críticas e vivências como “A insanidade”, “A aventura”, o “Eu, por eu mesmo” que se apropriam claramente de suas aventuras e sua experiência como médico e a necessidade do amor à profissão e seus pacientes. Essa forma de tratar como amor que marca a pele as angustias e necessidades de seus pacientes, mostra a angústia e necessidade de escrever que vêm da sensibilidade em tratar seus pacientes e da angustia em entender, não apenas das moléstias do corpo, mas também, da alma.
Cada crônica representa uma parte de si mesmo; quando o
cronista escreve suas experiências, busca uma descoberta, um flerte com suas expectativas de ser. O autor faz pulsar em seus aforismos e reflexões de ”Pot-Pourri” e “As Dores do Mundo” sua veia irônica, que combinam com questões atuais de crítica sobre as convicções de vida e de paz que hoje parecem faltar à sociedade contemporânea.
O galope de Paulo Rebelo é povoado de vozes e, também, de
silêncio, seus textos também nos mostram que a vida é repleta de perguntas sem respostas. O caro leitor pode se emudecer com a narrativa que leva ao intimo da “Absolvição” do seu ser e da intensidade da vida, se descobrindo como algozes de si mesmos, discutindo de forma sine qua non as questões políticas e ideologias de gênero que afloram a atualidade.
Seus textos sussurram “A expansão do ser” mostrando a
necessidade de combater suas angústias para simplesmente não existir
apenas na sociedade.
É dessa forma que vimos e sentimos em nossas mãos o amadurecer dessa obra e convidamos o leitor a adentrar “A galope” nessa viagem pela afetividade que o Médico Escritor entrega generosa nos seus textos.
Enfim, o livro nos coloca em contato com o rabiscar sobre o viver bem
da vida, mostrando a necessidade de controlar as rédeas do galope de nossa existência.
Arli Aldo Picanço
Historiador