A VIDA APÓS A MORTE*

A RESPEITO DA VIDA APÓS A MORTE
Por Paulo Rebelo

Assisto muitas pessoas próximas e distantes dizer com convicção não acreditar em Deus e pior, zombar de sua existência.

Bem, dividirei contigo uma experiência pessoal. Ao longo de minha vida profissional, tenho atendido milhares de pacientes. Com o tempo, aprendi que todo o conhecimento científico ou não adquirido e crença política pouco ou nada valem diante de três situações muito específicas, sobretudo, quando o indivíduo é exposto a um grande drama existencial:

1-quando está diante de uma condição clínica severamente incapacitante, dependente de terceiros, por exemplo. 2-quando é portador de doenças crônicas e progressivas, que alteram profundamente o seu bem estar físico e mental. 3-quando está diante da fatalidade da morte ou seja, está consciente que irá morrer em breve. Nessas horas, os todos os seus fundamentos educacionais, éticos, morais, culturais, enfim, toda aquela certeza inabalável do EU que sustentam o indivíduo caem por terra, sendo insuficientes para suportar o sofrimento humano. Se ele não enlouquecer, o indivíduo cai num profundo estado de reflexão: um solipisismo libertador.

Acredite, já testemunhei ateus, agnósticos e “à toas”, contritos ou chorando copiosamente pedirem perdão a DEUS pelos seus pecados. Assisti pedirem para receber visita de um padre ou pastor para confessar seus pecados.

Ao meu ver isso é arrependimento real, portanto amadurecimento espiritual de alguém, que acreditava sequer ter alma. Assisto isso há 40 anos.

Paulo Rebelo, médico escritor e poeta.

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