A MONTANHA VAI A MAOMÉ

A MONTANHA VAI A MAOMÉ
Por Paulo Rebelo

O ensaio a seguir é complexo e trata da nova forma poder de influência socialista do Primeiro Mundo sobre o Brasil e o mundo, originariamente, concebida pelo político e teórico marxista italiano Antonio Gramsci.

Para ele, o marxismo tomaria o poder através de mudanças de mentalidade da sociedade e os agentes principais dessas mudanças seriam os intelectuais, e um dos seus instrumentos mais importantes para a conquista do exercício da cidadania seriam as universidades, de onde irradiaria o seu controle marxista sobre o mundo. O alvo principal seria a família e o obstáculo a ser destruido, a Igreja Católica. A pergunta é: o que isso tem a ver com o momento sociopolítico mundial atual?

Gramsci afirma que sob o capitalismo moderno (que venceu ou subjugou momentaneamente o marxismo) as classes superiores ou burguesia pode manter o controle econômico sobre o conjunto da sociedade, permitindo que sua ação na esfera política satisfaça certas demandas dos sindicatos e dos partidos políticos sobre as massas da sociedade civil.

A fim de reparar a grave desigualdade e injustiça sociais ao nível mundial, provocada ao longo de séculos através da exploração desumana e desenfreada das nações periféricas pelas “nações imperialistas”, hoje, Primeiro Mundo, este, num amplo movimento interno de autodepuração e “destruição do “sistema”, fruto de um revisionismo histórico consciente, sem dúvida, eivado de certa boa vontade, gestado dentro dos ambientes intelectuais e acadêmicos universitários da elite pensadora de viés esquerdista, curiosamente, de natureza de supremacista moral e intelectual com ranço paternalista de sempre, resolveu reeditar o destino do mundo através de uma nova ordem social: o PROGRESSISMO. Dessa forma, a montanha vai a Maomé.

Ao meu ver aí está a gênese dos atuais conflitos da sociedade contemporânea. A emenda parece ter saído pior que o soneto. Todavia, para o bem ou para o mal, assim caminha a humanidade; o Primeiro Mundo com todas as suas idiossincrasias e contradições internas arranjou uma engenhosa e ardilosa forma socialista de exercer o poder, agora embrulhada num vistoso papel democrático para continuar controlando o restante do mundo.

O progressismo com sua ampla e controversa agenda social, abraçando uma gama enorme de minorias e de excluídos no Brasil como o MST, MTST, indígenas e o LGBTQIA+, buscando contempla-los com igualdade e justiça sociais é a vertente tosca do ILUMINISMO, que libertou o homem da opressão da tirania absolutista, da inquisição da Igreja Católica, do tráfico de navios negreiros e da escravidão, porém como paraefeito criou a pavimentação para uma suposta anarquia e caos ao declarar, que “Deus está morto” (Nietzsche), colocando o homem no centro do universo.

(Aparentemente, este nunca esteve preparado para isso).

A partir daí como reflexo direto da Revolução Industrial, produzida pela burguesia reacionária à margem do poder político, surge a Revolução Socialista e seus desdobramentos com consequências desastrosas em todo o mundo, como surgimento da Guerra Fria e um mundo ainda mais polarizado entre Comunismo e Capitalismo. Nesse novo mundo, paradoxalmente, um comunista pode ser cristão ou usar iPHONE, despudoradamente, pois vivemos numa democracia. O progressismo nada mais é que o “marxismo repaginado”.

Acontece que para implementar a igualdade e justiça sociais, aproveitando-se da democracia e da riqueza produzida pelo capitalismo que condena, mas dele se beneficia, o progressismo ao lutar para impor sua agenda social, acaba por enfraquecê-la ao buscar nivelar toda humanidade por nível inferior do sarrafo educacional, por exemplo, ao abolir a meritocracia ou ainda ao propalar, que a norma culta de uma língua é etnofóbica e excludente. Daí de novo, Maomé não vai à montanha, mas o contrário. Haja políticas sociais inclusivas como as políticas de cotas raciais e para indivíduos TRANSICIONADOS

Segundo seus proponentes bastante aguerridos, aquele que não abraça a nova ordem progressista, que entre outras coisas consiste na apologia às drogas e ao aborto pode ser taxado de qualquer coisa desde reacionário, racista até genocida.

O fato é que na onda do “politicamente correto”, o populismo, a demagogia e a bajulação em torno das minorias e excluidos, em busca de sua simpatia, e por que não o voto político de esquerda, grassam nos discursos dos seus apologistas, permeando as relações humanas cada vez mais superficiais e virtuais, onde um indivíduo para ser aceito nesse meio da hora tem que baixar os níveis educacional, cultural e intelectual, para que o “excluído” não se sinta ainda mais inferiorizado e menosprezado, tendo-se que aceitar o uso da linguagem de gênero e o uso social da língua popular em detrimento da culta, por exemplo.

O mais curioso é que em que pese todas as críticas, que são feitas pelos socialistas (leia-se progressistas), à classe média brasileira em tempos do “governo do povo”, manietadas por eles, as classes inferiores desejam ardentemente ascender à burguesia, que tanto é detratada como conservadora e reacionária, um atraso de vida, segundo a emérita professora de filosofia da USP, Marilena Chauí, pasmem, ela mesma “uma pequena burguesa socialista consciente”, supostamente, livre dos pecados originais da classe média, como se isso fosse possivel.

Portanto, o momento é das “quebradas” e segundo os progressistas, condescendentes com os erros crassos de português dos excluídos e até de crimes como o de roubar um celular para “comer uma picanha” ou ” apenas tomar uma cervejinha” é apartir delas que haveria irradiação de conhecimento para o mundo, através das letras do FUNK carioca; a hora e a vez da periferia: o povo no poder como premeditou Karl Marx.

A onda progressista claramente está ganhando a guerra contra a onda conservadora no mundo ocidental, isso é fato, e pelo visto, só será impedida pelos comunistas chineses (ainda que de longe alinhados) e fundamentalistas muçulmanos, que não tolerarão tanto sexo, drogas e rock ‘n roll.

Paulo Rebelo, o médico poeta.

P.S. Afim de não ter um infarto do miocárdio ou um AVC ao brigar com esquerdistas, para não lhes dar um pé no traseiro ou mandá-los para Pt@#£¥riL, eu prefiro escrever. Assim como não existe CURA GAY, o esquerdista é incurável, aliás, FPT ou seja, fora de possibilidade terapêutica! 😜

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