A MONTANHA VAI A MAOMÉ

A MONTANHA VAI A MAOMÉ
Por Paulo Rebelo

Afim de reparar a grave desigualdade e injustiça sociais ao nível mundial, provocada ao longo de séculos através da exploração desumana e desenfreada das nações periféricas pelas “nações imperialistas”, hoje, Primeiro Mundo, este, num amplo movimento interno, fruto de um revisionismo histórico consciente, sem dúvida, de boa bontade, gestado dentro dos ambientes intelectuais e acadêmicos universitários, curiosamente, supremacistas morais e intelectuais com ranço paternalista de sempre, resolveu de novo ditar uma nova ordem social: o PROGRESSISMO. Dessa forma, a montanha vai a Maomé. Aí está a gênese dos problemas da sociedade contemporânea.

O progressismo com sua ampla e controversa agenda social, abraçando uma gama enorme de minorias e de excluídos no Brasil como o MST, MTST, indígenas e o LGBTQIA+, buscando contempla-los com igualdade e justiça sociais é a vertente tosca do ILUMINISMO, que libertou o homem da opressão da tirania absolutista, da inquisição da Igreja Católica do tráfico de navios negreiros e da escravidão, porém como paraefeito criou a pavimentação para uma suposta anarquia e caos ao declarar, que “Deus está morto” (Nietzsche), colocando o homem no centro do universo.

(Aparentemente, este nunca esteve preparado para isso).

A partir daí como reflexo direto da Revolução Industrial, produzida pela burguesia reacionária à margem do poder político, surge a Revolução Socialista e seus desdobramentos com consequências desastrosas em todo o mundo, como surgimento da Guerra Fria e um mundo ainda mais polarizado entre Comunismo e Capitalismo. Nesse novo mundo, paradoxalmente, um comunista pode ser cristão ou usar iPHONE, despudoradamente, pois vivemos numa democracia.

Acontece que para implementar a igualdade e justiça sociais, aproveitando-se da democracia e da riqueza produzida pelo capitalismo que condena, mas dele se beneficia, o progressismo ao lutar para impor sua agenda social, acaba por enfraquecê-la ao buscar nivelar toda humanidade por nível inferior do sarrafo educacional, por exemplo, ao abolir a meritocracia ou ainda ao propalar, que a norma culta de uma língua é etnofóbica e excludente. Daí de novo, Maomé não vai à montanha, mas o contrário. Haja políticas sociais inclusivas como as políticas de cotas raciais e para indivíduos TRANSICIONADOS

Segundo seus proponentes bastante aguerridos, aquele que não abraça a nova ordem progressista, que consiste na apologia às drogas e ao aborto pode ser taxado de qualquer coisa desde reacionário, racista até genocida.

O fato é que na onda do “politicamente correto”, o populismo, a demagogia e a bajulação em torno das minorias e excluidos, em busca de sua simpatia, e por que não o voto político de esquerda, grassam nos discursos dos seus apologistas, permeando as relações humanas cada vez mais superficiais e virtuais, onde um indivíduo para ser aceito nesse meio da hora tem que baixar os níveis educacional, cultural e intelectual, para que o “excluído” não se sinta ainda mais inferiorizado e menosprezado, tendo-se que aceitar o uso da linguagem de gênero e o uso social da língua popular em detrimento da culta, por exemplo.

O mais curioso é que em que pese todas as críticas, que são feitas pelos socialistas, leia-se progressistas, à classe média brasileira em tempos do “governo do povo”, manietadas por eles, as classes inferiores desejam ardentemente ascender à burguesia, que tanto é detratada como conservadora e reacionária, um atraso de vida, segundo a emérita professora de filosofia da USP, Marilena Chauí, pasmem, ela mesma “uma pequena burguesa socialista consciente”, supostamente, livre dos pecados originais da classe média, como se isso fosse possivel.

Portanto, o momento é das “quebradas” e segundo os progressistas, condescendentes com os erros e até crimes, é apartir delas, que haveria irradiação de conhecimento para o mundo através das letras do FUNK carioca.

A onda progressista claramente está ganhando a guerra contra a classe conservadora no mundo ocidental, isso é fato, e pelo visto, só será impedida pelos comunistas Chineses e fundamentalistas muçulmanos, que não tolerarão tanto sexo, drogas e rock ‘n roll.

Paulo Rebelo, o médico poeta.

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