PENSO, LOGO ESCREVO*
Alô, meu amigo-A,
BOM DIA!
🇧🇷
Acordei com DEUS me dando um tapinha nas minhas costas. “DESPERTAI”, disse-me ELE; “escreva!”
Olha a beleza que escrevi…é demasiadamente humano, não? Talvez, ai esteja a razão de meu “sucesso” relativo (que não busco absolutamente; sou médico). Isso não é de hoje; penso o que todos sentem e de tão intenso, estranhamente, também sinto, pois parafraseando René Descartes-COGITO, ERGO SUM (penso, logo existo); de minha parte,
eu penso, logo escrevo.
Paulo Rebelo, o medico-poeta.
Ai está a versão final. Não tem título nem terá.
(espero)
🌺❤️🌺
Nunca perdi minha mãe
Nunca perdi um filho
Nunca perdi minha mulher
Nunca perdi a alma
Não suporto nem pensar
Como é
Como é?
Já vi meu amigo perder
E perder algo assim
Nao é bom
Não é?
Faço ideia
Pois
Perdi meu pai fisicamente,
Mas não na memória
Doeu muito
Foi-se embora
A parte dele que ficou
Por isso ainda doi
Inglória
A gente vai ficando mais só
Nem a saudade
Preenche a dó
Perdi o bonde
A hora
Mas boa ou má
Não o melhor da história
Que não consigo
Não posso
Nem quero apagar
Jamais
Paulo Rebelo, o médico-poeta
P.S. Optei por não colocar pontuação nenhuma, por o poema ser rápido e provocar sentimentos intensos e profundos, que só quem sentiu uma perda saberia dizer.
Enquanto escrevia, enxugava minhas lágrimas.
“Não era fraqueza,
Era lindeza”.
De teu amigo, Paulo Rebelo, o médico-poeta.