PAULO FREIRE II*

Jalva Braga, agradeço a tua colocação respeitosa. Antes de te responder, sou médico, não um educador. O pensador PAULO FREIRE não me seduz. Antes de emitir uma opinião sobre ele, assisti 2 raros vídeos com entrevistas suas disponíveis na Internet. Li inúmeras críticas desapaixonadas de suas obras, destacando seus pensamentos, que são mais são políticos-sociais do que educacionais e com forte viés marxista. Homem prolixo e confuso. Até onde saiba, o seu método educacional, se pode assim ser chamado, obtido a partir de visionário, mas modesto experimento social num paupérrimo grotão nordestino com adultos analfabetos, jamais foi testado, aprovado e empregado por outros cientistas sociais mundo afora, em larga escala e por longo período sustentado. Desconheço dados mensuráveis. Simplesmente, não há.

Agora permita-me fazer duas digressões:

1- A primeira é em relação ao reconhecimento internacional de seu “método educacional”. Era de eu sentir orgulho por ele ser brasileiro? Não, seria vã ufanismo. A meu ver, isso é questionável. Acadêmicos e intelectuais americanos e europeus de viés socialista (vivi nos EUA e Europa como estudante), acredite, são afeitos à condescendência e paternalismo em relação aos povos conquistados, dando-lhes como recompensa inaudita pela exploração, escravidão e etnogenocidio dos povos indígenas, condecorações e “prêmios de consolação” como reconhecimento do trabalho de algum nativo, teoricamente, importante, leia-se subliminar “reparação histórica”, para elevar o seu moral, dando-lhes a sensação de estarem em pé de igualdade científicamente como o Primeiro Mundo, que não altera em absolutamente o curso da história mundial. O enorme estrago já nos foi perpetrado como crimes da humanidade. Louvação estrangeira a Paulo Freire ou outro, isso é perfumaria diante dos males e do atraso a que nos condenaram.

2- O estudo acadêmico da medicina sofreu um avanço considerável nos últimos 20 anos no Brasil. Coincidiu com o governo de esquerda desde FHC. Um pouco de história, o PBL nasceu no final da década de 1960, no curso de medicina da Universidade de McMaster no Canadá. O método visava aproximar os estudantes de situações problemas desde o início do curso, visando desenvolver a lógica e a crítica para a prática da medicina. A aprendizagem baseada em problemas é um método de ensino, que recomenda a realização de atividades guiadas, com o objetivo de preparar os alunos para resolverem questões do mundo real.
Essa estratégia faz parte das metodologias ativas, pois o protagonista, na aula, passa a ser o aluno.
Por sua vez, o professor se torna o guia e é responsável por conduzir o estudante na busca por novos conhecimentos. O PBL ajuda o estudante de medicina a entender o conteúdo na prática com mais engajamento, autonomia e protagonismo. Apesar da similitude com o método Paulo Freire, não há nada na literatura que ligue o PBL (PROBLEM BASIC LEARNING) ao seu método.
Um abraço fraternal.

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