MEU ALGOZ*

ALGOZ

A vida
Contra qual eu luto
Todo santo dia,
Está dentro de mim.

Digladio-me pelo que fiz,
Deixei de fazer,
O que disse ontem
E me arrependi,
Pelo que deveria te dito
E me calei,
Fingi.

Vou descobrir o que me faz feliz
Bem longe daqui,
No verso de mim.
Pois, vivo buscando demais,
Corro atrás,
A vida me fez assim.

Sou meu eterno algoz,
Onde se vai,
Bandido ou heroi
Nunca chego ao fim.

Paulo Rebelo, o poeta da Linha do Equador.

P.S. Inspirado no poema “É contra mim que eu luto”, do poeta português Miguel Torga (1907).

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