A RESPEITO DA CONTATAÇÃO DE MÉDICOS CUBANOS*

A RESPEITO DA RECONTRATAÇÃO DE MÉDICOS CUBANOS, ordenada pela JUSTIÇA FEDERAL, que se mostra populista, demagoga e antidemocrática, pois simplesmente, atropela a Constituição Brasileira, trazendo médicos ilegalmente, “à guisa de questão humanitária Yanomami”, sendo mais um sofisma socialista.

OPINIÃO

Por Paulo Rebelo

Atuo como médico há 40 anos, casado com médica e todos os cinco filhos-as na medicina. Temos uma clínica, que presta relevantes serviços à população. Assim, “tenho moral” para emitir opinião abalizada sobre o assunto em epígrafe.

A maioria que aplaude a vinda de médicos cubanos é ignorante e e iludida; está admirada com o seu trabalho. Jamais teve ou teria consulta com um deles; pertence à classe média, que para se precaver, exigente, conhecedora da má fama do serviço público de saúde, bem ou mal, tem um plano de saúde. O médico cubano, lógico, é para as classes inferiores, cuja qualidade do atendimento não sabe avaliar ou não é questionadora.

A ladainha ofensiva e desrespeitosa é que: 1-o médico cubano é mais humano que o brasileiro; 2-é mais “patriota” que o brasileiro, pois vai para rincões, que este se recusa a ir; 3-que o médico brasileiro é “mafioso”; 4-que é “mercenário”; 5-que é “garimpeiro”, pois só vai aonde haja “ouro”; 6-que puxa uma cachorrinha, tendo vários empregos para sobreviver, por isso atender mal; 7-que é melhor ter um médico cubano do que não ter nenhum ou seja, afirmações injustas, próprias de mal agradecidos falastrões. Esquecem-se do trabalho extraordinário realizado pela medicina brasileira (leia-se a área da saúde) no combate à COVID-19. Quem morreria por um desconhecido? Artistas? Juízes? Professores? Sociólogos? Influenciadores digitais? Obviamente, não! Cerca de 650 médicos tombaram no campo de batalha (outros tantos profissionais da saúde, também). Outrossim, a presença do médico cubano coincidiu com os novos surtos de dengue e epidemias de CHIKUNGUNYA e ZIKA VIRUS. Logo, o problema da saúde deficiente no Brasil não é por falta de médico brasileiro e sim, pela falta de políticas públicas de saúde.

A alguns desses detratores falaciosos, já tive a oportunidade de demonstrar a minha indignação pessoalmente, dizendo-lhes jamais ter escutado tanto despautério. Apenas aquele que pratica a medicina com afinco e que tem familiares que o apoiaram desde o primeiro momento em que o/a jovem decidiu ser médico/a sabe avaliar a grandeza de ser médico e não pode estar na boca de falastrões, pois é longa e árdua a sua formação. Quando um jovem decide prestar vestibular para medicina não importando a classe social, toda a família entra no jogo. Diferentemente daquele/a que decide fazer áreas menos valorizadas; fica por sua conta e risco; a própria família e o indivíduo não vibram muito com a decisão.

O embasbacamento da classe média socialista pelo médico cubano, que mal sabe de onde veio é patético. A sôfrega esquerda brasileira tenta, mas não consegue ter um médico para chamar de seu “cartão de visita”, o que seria atestar a vitória do socialismo na área da saúde; haja inveja, recalque e ressentimentos insondáveis, dignos de tratamento psicanalítico ou psicoterápico dessa gente, haja vista que não se trata propriamente de mau-caráter e sim, sobretudo, crassa ignorância e também, pueril, mas perigosa tendenciosidade ideológica, no momento em que chancela um regime totalitário.

Paulo Rebelo, médico.

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