AS RAZÕES DE MINHA MODESTA ARTE LITERÁRIA*

As razões de minha modesta arte literária.
Por Paulo Rebelo

Acredito que nesse encontro-A VOZ DO AUTOR, quanto ao meu processo criativo, seja importante falar da origem de meu interesse pela literatura, cuja fonte inicial é o homem que sofre.

Gostaria de falar do binômio medicina-literatura, sob a perspectiva de um médico que busca conhecer um doente em todas as suas dimensões, e a arte literária foi/é importante para o meu longo e silencioso, por vezes, penoso processo o crescimento e desenvolvimento individual e profissional dessa minha reveladora compreensão, que tornou-se uma autodescoberta, verdadeiramente, uma vez que passei a escrever e reescrever sobre o sofrimento alheio, que em tese, poderia ser o meu próprio, por exemplo, diante da incapacidade crônica, provocada por um acidente, a incurabilidade de uma doença ou a inexorabilidade da morte daquele que sofre fisica, orgânica e mentalmente, prejudicando-o duramente ou encurtando a sua vida.

Ao final, no início, curiosamente, sem me dar conta, tratando o sofrimento de outrem, eu tratava de mim mesmo, e como o tempo, mais maduro, ao domar os sentimentos como a aflição e o medo provocados pelas incertezas da vida, com grande empatia por quem sofre, passei a tratar o próximo melhor como médico.

Assim, com grata satisfação, assisti que a clientela passou a me ver com “olhos mais humanos”, condescendente com minhas limitações humanas. Aquela imagem tão fria e distante, por vezes, assustadora de um médico como um SEMIDEUS começou a sumir com o tempo, quando esta passou a conhecer o HOMEM PAULO REBELO, muito além da imagem do “doutor Paulo”.

A literatura foi/é o meu psicanalista preferido! As minhas intermináveis sessões ocorrem quando escrevo e segundo ele, o meu prognóstico bom, conquanto tratamento seja “eterno”. Q bom!

Aos poucos estou me curando!

Paulo Rebelo, o médico.

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