O POBRE NO PODER*
O POBRE NO PODER
Texto por Paulo Rebelo
Alguém já reparou que, quando um pobre enriquece economicamente, “passa a ter o rei na barriga”?
A explicação é que sofreu tanto na vida e rancoroso, culpa a sociedade por isso. Daí vai à forra. Interessante é que, depois de formado e tendo poder, se torna arrogante e egocêntrico, não hesitando em pisar sobre aqueles que julga ser inferiores (sofrem em suas mãos o empregado, o porteiro, o pedreiro, o entregador de mercadorias e etc.), “peita” quem está no seu nível, porém ladino, por uma questão de sobrevivência num mundo mais competitivo para si, em busca de maior ascensão social e mais poder e se manter nele, passa a ter um comportamento de pessoa falsamente educada civilizada e sobretudo, claramente bajuladora, até subserviente e muito prestativa com quem esteja acima dele ou que lhe possa render dividendos sociais, econômicos e políticos.
A crônica pobreza de toda a sorte enfrentada por ele desde a tenra infância, fez surgir um indivíduo com muita dificuldade em seguir os mais básicos preceitos éticos e morais na sociedade.
Assim, essa gente está distribuída ubiquamente por aí nos mais diversos circulos sociais e de e poder e em conluio, sempre maquinando para obter alguma vantagem nas relações humanas. Quem de nós não a conhece? Esses indivíduos quando e como podem, tendo espaço, ditam as regras para o conjunto da sociedade; para isso, propensos a cometer crimes dos venais ao capitais. São praticamente incorrigíveis. Curiosamente, o intelecto pode estar intacto; o problema é a falta de caráter. Podem ser médicos e magistrados, industriários e políticos, lamentávelmente.
A saída é mantê-los equidistantes e sob eterna vigilância.
Paulo Rebelo, médico.