A JUSTIÇA TEATRAL*
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A JUSTIÇA TEATRAL
A pergunta que me faço é por que a lícita indignação popular com manifestações bem fundamentadas de advogados e juristas renomados contra uma ou outra autoridade jurídica ou mesmo decisões do STF não surte qualquer efeito prático, no sentido de fazê-la refletir seriamente para reformular seus votos contrários ao senso comum, para estarem em consonância com a ética e moral públicas.
A impressão que se tem é que transveste-se da própria justiça, acrescida de sua sanha e sandices.
A elucubração não é ingênua. A justiça brasileira deveria levar a sério o clamor popular. As suas decisões parecem destoadas da realidade, tal o assombro e incredulidade provocadas, fruto da cegueira individual do poder fátuo, reflexo da arrogância e personalismo de alguns ministros que parecem atuar no varejo e por encomenda, de acordo com a importância política e financeira do “paciente”, criando uma autocracia do poder jurídico, por vezes, inacessível, independente e na realidade, parcial, desarmônico, porém completamente atrelados às circunstâncias políticas do momento, demonstrando que seu poder é de fachada e sua relação com demais poderes, senão submissa, é repleta de interesses inescrutáveis, numa perversa simbiose de favores.
Adquirem tanto poder alimentado por autoridades públicas criminosas, que do poder judiciário dependem para continuar livres, alimentando a balela da harmonia e independência entre os poderes, cuja seriedade inexiste; é somente teatro.
Paulo Rebelo
P.S. Imagem do ministro histriônico e bufão, intitulado de suas verdades durante sua encenação.